quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Uma noite e meia

Algumas pedras de gelo em uma taça levemente gelada sobre a mesa, era o começo de uma noite marcante para um exímio sedutor. Um Dry Martini dava sabor aos lábios, antecipando o que seria depois de alguns olhares lascivos – a oculta vontade, finalizada em desejo explícito sobre uma curva bem definida.
Olhares atentos e clivados sobre o decote, desejavam subjugar aquelas pernas, aqueles seios...
Enfeitiçados e incitantes, convidavam os seus sentidos todos a um desfecho de carne.
Ela, mulher de classe e requintada do alto penteado aos pés – era uma linda dama, se colocava a duas mesas de distância de seu “flertor”, que ela ainda não dera conta – não notara sua presença.
Cruzava e descruzava as pernas de maneira sensual – impossível não notar os movimentos delas, que eram provocantes a quem as via - num movimento cheio de intenções para os olhares alheios, atiçando a cada gesto os desejos de um homem sedento por uma noite apenas.
Para esse homem de sorriso malicioso que morava ao canto da boca entreaberta, satisfazer-se no gozo de um encontro notável, era seu passaporte para se acabar no deleite de uma chave-de-perna...
Sua respiração começava a ofegar...
Então largou a sua taça na mesa, com meia dose de Dry.
E sem muito hesitar levantou-se...Indo ao encontro daquela mulher de cabelos loiros, longos e soltos – que muito sugeria a qualquer homem que gostasse de dominar uma fêmea.
Só que no meio do caminho ele resolvera outro intento – tomá-la por trás. Com uma atitude inesperada e selvagem, encheu a mão naquele decote safado, lhe tomando a boca de supetão de modo a deixar tudo ali visível aos olhares atônitos. Ele apertava os seios no compasso que a beija os lábios, de tal maneira que não havia respiração por parte dela, só gemidos e soluços silenciosos. Decorreu-se mais alguns segundos de beijos, em seguida escorregou a boca para uma de suas orelhas, chupando-as num movimento de ir e vir: mordiscava toda a maciez dela e penetrava a ponta da língua adentro.
Após a cena típica de filme americanizado, trocaram alguns olhares cansados como de quem tinha terminado de fazer amor.
Papilon Motel a 500 metros. – Dizia a placa.
Uma noite e meia de prazer; um lugar e mil estórias pra contar...
A boca máscula se metia entre as coxas, que tensas retraiam-se num sugar perfeito sobra a...
– Minha nossa! Que homem é esse...
Ela gritava louquinha de prazer.
E em torpor dava gargalhadas de tesão, pedindo mais e mais...
– Vai, me fode com vontade, seu safado sem vergonha! Agoraaaa...
Ele a fodia com tanta emoção, quase à beira de um ataque cardíaco.
– Você é um cavalo! Agora eu quero lá... – Ela pedia.
– Onde você quer, sua vagabunda?
– Uhm, amor. Gostei...Sou tua vagabunda.
E completando, ela respondia:
– Eu deixo por sua conta decidir a melhor entrada.
– Então ta, façamos o seguinte, deixa a noite rolar e no meio do caminho a gente decide o melhor trajeto...
Foi uma noite inteira – reto anal...
A madrugada gemia tão lânguida que apenas ouviam-se os sussurros suados dos corpos, sobre a cama que registrava uma noite e meia.

2 comentários:

  1. Gostei da forma como vc coloca as situações, bons textos, bom gosto boas histórias, muito bem escritos.

    Um abraço, do seu primo Bruno

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  2. Adoro qdo a sutileza se funde com a grosseria e vc domina essa arte como poucos...Com palavras,gestos e ações...!Fikei com a respiraão presa ao ler esse conto....e com a sensação de kerer ser ela!Adoro qdo vc é cru e grosseiro....

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