terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Uma fantasia ousada

Oito horas da noite numa quarta feira calorosa, isso no ano de dois mil e dois. Eu e uma certa Ex-namorada estávamos sentados num banquinho sem vergonha, que não era nada confortável.Dava apenas pra três pessoas. Ele ficava debaixo da árvore em frente ao nosso portão. E essa árvore fazia uma certa sombra, que era um tanto sugestiva para o momento.
A rua onde morávamos era sem saída, só havia um lado para entrar nela e no fim dessa ruela, ficava a nossa calçada.
E lá sentados ficamos por alguns minutos...
Quando ela pra quebrar o silêncio, disse:
– Amor, quero chupar!
Eu:
– Quê! Nossa hein, você está me saindo uma verdadeira safadinha. – Dizia isso com certa maldade.
Ainda bem que era tudo escuro ali, víamos todo mundo que passava, mas ninguém nos via. Então eu permitia a vontade dela.
– Vai, cai de boca!
Ela caía cheia de vontade, sugando tão forte que eu passava mal de tanto prazer, chegando até apertar as pernas de tesão. E com o passar do tempo, ela foi se tornando uma profissional nisso. Parecia uma vagabunda experiente, ia até o fim, colocando de maneira silenciosa a criança todinha na garganta. E depois fazia um pompoar dos deuses, que tradicionalmente era feito com a vulva, mas que nesse momento ela se arriscava com os lábios – um trabalho voraz de sugar, apertar e expulsar.
Logo depois ao levantar a cabeça e limpar a boca que estava estupidamente banhada a mel, de um jeito como se tivesse meditado longamente para me dizer o que pretendia, deitou a cabeça em meu ombro e soprou-me numa orelha:
– Olha, se quiser podemos fazer daquele jeito.
– Que jeito seria esse? – Surpreso eu perguntava.
– Vou te mostra qual é. – Ela completava.
Notei que a modulação de sua voz tinha alterado naquele momento, seus olhos cintilavam no sincronismo de um sorriso cheio de malícia, que despertava em mim a fera adormecida.
– Anda, vem comigo! – Ela.
– Sim, vamos! Eu respondia.
Nem imaginava que era a casa do vizinho onde ela gostaria de fazer gostoso comigo. Isso muito me agradou, mas não pude deixar de lembrar o fato desfavorável de que a porta e as janelas se encontravam acesas, meio que espreitando o que se passava em sua volta. Mas se tratava da casa debaixo, não a casa de cima, que era a do proprietário dos imóveis daquela área. Essa casa debaixo estava vazia e literalmente no escuro.
Receava um pouco aquela maluquice, mas também não podia deixar de dizer que mesmo assim para os meus sentidos, executar uma fantasia na iminência de ser pego, me dava um tesão da porra. Era uma das loucuras amorosas que eu mais gostava – correr o risco.
Invadimos o tal recinto e tomamos como base aquele velho tanque que convivia no frio de um canto escuro: ele presenciou o gemido de uma ousada fantasia.

2 comentários:

  1. Sinto-me dentro deste mundo colocado aqui e que faz lembrar o sabor do começo das emoções.Tudo tão simples,natural,instintivo.Valeu por trazer o que me era adormecido mas não esquecido.

    ResponderExcluir
  2. Eros:

    Muito bom, mais uma vez! Adorei! Vc relata de modo encantador e bastante tentador...

    Beijos...

    Marie Cat

    ResponderExcluir