quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Uma noite e meia

Algumas pedras de gelo em uma taça levemente gelada sobre a mesa, era o começo de uma noite marcante para um exímio sedutor. Um Dry Martini dava sabor aos lábios, antecipando o que seria depois de alguns olhares lascivos – a oculta vontade, finalizada em desejo explícito sobre uma curva bem definida.
Olhares atentos e clivados sobre o decote, desejavam subjugar aquelas pernas, aqueles seios...
Enfeitiçados e incitantes, convidavam os seus sentidos todos a um desfecho de carne.
Ela, mulher de classe e requintada do alto penteado aos pés – era uma linda dama, se colocava a duas mesas de distância de seu “flertor”, que ela ainda não dera conta – não notara sua presença.
Cruzava e descruzava as pernas de maneira sensual – impossível não notar os movimentos delas, que eram provocantes a quem as via - num movimento cheio de intenções para os olhares alheios, atiçando a cada gesto os desejos de um homem sedento por uma noite apenas.
Para esse homem de sorriso malicioso que morava ao canto da boca entreaberta, satisfazer-se no gozo de um encontro notável, era seu passaporte para se acabar no deleite de uma chave-de-perna...
Sua respiração começava a ofegar...
Então largou a sua taça na mesa, com meia dose de Dry.
E sem muito hesitar levantou-se...Indo ao encontro daquela mulher de cabelos loiros, longos e soltos – que muito sugeria a qualquer homem que gostasse de dominar uma fêmea.
Só que no meio do caminho ele resolvera outro intento – tomá-la por trás. Com uma atitude inesperada e selvagem, encheu a mão naquele decote safado, lhe tomando a boca de supetão de modo a deixar tudo ali visível aos olhares atônitos. Ele apertava os seios no compasso que a beija os lábios, de tal maneira que não havia respiração por parte dela, só gemidos e soluços silenciosos. Decorreu-se mais alguns segundos de beijos, em seguida escorregou a boca para uma de suas orelhas, chupando-as num movimento de ir e vir: mordiscava toda a maciez dela e penetrava a ponta da língua adentro.
Após a cena típica de filme americanizado, trocaram alguns olhares cansados como de quem tinha terminado de fazer amor.
Papilon Motel a 500 metros. – Dizia a placa.
Uma noite e meia de prazer; um lugar e mil estórias pra contar...
A boca máscula se metia entre as coxas, que tensas retraiam-se num sugar perfeito sobra a...
– Minha nossa! Que homem é esse...
Ela gritava louquinha de prazer.
E em torpor dava gargalhadas de tesão, pedindo mais e mais...
– Vai, me fode com vontade, seu safado sem vergonha! Agoraaaa...
Ele a fodia com tanta emoção, quase à beira de um ataque cardíaco.
– Você é um cavalo! Agora eu quero lá... – Ela pedia.
– Onde você quer, sua vagabunda?
– Uhm, amor. Gostei...Sou tua vagabunda.
E completando, ela respondia:
– Eu deixo por sua conta decidir a melhor entrada.
– Então ta, façamos o seguinte, deixa a noite rolar e no meio do caminho a gente decide o melhor trajeto...
Foi uma noite inteira – reto anal...
A madrugada gemia tão lânguida que apenas ouviam-se os sussurros suados dos corpos, sobre a cama que registrava uma noite e meia.

Um Anjo

Era bem cedinho, antes do sol dar a face para o mar beijar. Eu caminhava tão leve sobre a areia macia daquela praia de inúmeras dunas, observando toda a experiência visual que o mar me oferecia naquele momento. Que maravilha – eu pensava. Sentia até vontade de “cair”, ou melhor, pegar ondas, mas o que eu queria mesmo era “ver” um anjo.
Seguido alguns passos à frente, me pus a sentar um pouco – sobre um montinho de areia que fizera para que pudesse refletir confortavelmente de frente aquela imensidão de paraíso infinito. Sentado, comecei a contemplar a natureza ao meu redor...Era uma harmonia fantástica! O céu; o oceano; o vento; as ondas, tudo era lindo demais! Daí começara pensar, e por conta disso vieram à tona as lembranças de outrora – um amor passado, ou melhor...Um desamor: “Ela se parecia com o amor, e eu me apaixonei, mas ao fim fora uma ilusão perfeita – frustrei-me” – eu pensando.
E por ter reprisado em mente mesmo por instantes, acabou resultando em lágrimas, aquelas breves lembranças que ainda estão guardadas em mim... Chorei e pedi ao meu anjo para que me ajudasse a caminhar, sempre com amor e também a conseguir tudo que sonhava.
Eu sentia que alguém estava me escutando. Logo comecei a “conversar” com esse alguém. Eu realmente sentia a presença de algo; então contei a essa “pessoa” sobre meus sonhos, tristezas, minhas ideologias...Mil coisas! E conversei mesmo! (sozinho).
Assim que eu me “desliguei” um pouco, avistei uma bela mulher com trajes leves, caminhando e sorrindo sozinha. (já havia amanhecido). Ela era linda! Eu olhava em sua direção e me sentia tão bem. Achava que já a conhecia de algum lugar. Comecei a ficar nervoso, sabe por quê? Por que ela começou a vir em minha direção. Sem saber o que fazer entreguei-me ao sorriso.
Quando chegou onde eu estava – ela, com uma mão na cabeça segurando o chapéu e a outra carregando as sandálias, me perguntou com um leve sorriso:
- Posso me sentar aqui um pouquinho?
É claro que, “deslumbrantemente” respondi:
- Sim!
Eu poderia pensar mil maldades daquela situação, mas não!
Ela tinha um perfume maravilhoso.E com a pele clara mais os longos cabelos ruivos, ela começou:
- Isso tudo é tão belo, não é?
- É – eu respondia.
- E o que vê?
- Bem...Vejo o mar, as ilhas, o céu, as ondas, a areia...
- E o que mais?
- Acho que só.
Ela me tratou de tal maneira...E falou comigo como se conhecesse há anos, eu idem.
Seguidamente ela dizia:
- Pois temos uma nova lição, meu velho amigo. Jamais limite sua visão. Faça dessas coisas que te deslumbram, o seu mundo.
Um mundo, onde tudo pode ser “perfeito”, com amor e paz...
...Veja todas as coisas com a pureza do seu coração e terás um novo mundo... Um mundo não menos real em face ao das outras pessoas. Porém, um...Cheio de amor e sonhos a serem realizados.
É por isso que sempre digo: “nenhum lugar irá te revelar a verdade. Você poderá está em todos, no entanto, você só encontrará em si mesmo”.
- Você é um “anjo”? – Perguntei.
Ela deu um leve sorriso e, dizia:
- Nossa! Eu pareço?
Em seguida segurou-me a mão e disse:
- Muito obrigada!
Depois se levantou e sentou-se de frente a mim. Nesse momento segurava as minhas mãos para me revelar:
- Eros...Agora é o momento! (eu pensei que ia morrer).
“Calma, você não vai morrer agora!” – Dizia ironicamente. (continuei cismado do mesmo jeito).
E assim ela continuava...
- Lembra de todos aqueles seus pensamentos? Não os alimente mais, pensando a todo o momento. Dê uma chance a você mesmo...Dê apenas uma chance para a força de seus sonhos.
Alimente seus sonhos e objetivos, sempre com disciplina, otimismo e coragem. E continue com seus escritos. Além de você mesmo, muitos irão te agradecer...
...Guarde essas palavras com você, Eros.
Nesse momento ela se levantava e olhando para o céu, proferia:
- Eros, não se preocupe com as pessoas, ou até mesmo se prenda a elas – a dor reside no apego. Nós aqui, o admiramos muito assim do jeito que és...Detalhe: tem muita gente a sua volta que acha o mesmo, pode acreditar em mim...
E completando, ela dizia tão suave:
- “Qualquer dia iremos nos encontrar...”.
Nossa! Essas palavras soaram aos meus ouvidos como algo tão essencial, mas que ao mesmo tempo me assustava. Nunca tinha tido uma experiência como aquela antes, fora obra de Deus, ele ouviu meu pedido.
E assim, ela virou-se e começou a andar...De repente olhou pra trás e voltou numa corridinha breve, até onde eu estava e disse-me:
- Ah! Volte a tocar o seu violão para as estrelas. Eu e seus amigos lá em cima adoramos, e estaremos sempre perto para ouvi-lo. – Ela dizia essas palavras com uma voz de veludo e um olhar encantador que parecia se referir a outras coisas, também.
Deu-me as costas e finalmente se pôs a caminhar – fora embora...
“Eu e seus amigos lá em cima...”. Ah! Essa frase não saiu da minha cabeça. Ela realmente era um anjo. Até hoje me lembro e choro com tamanha saudade.
Parece que eu já a conhecia...
Em um sonho ela voltou e disse: “Eros, não precisa ficar com essa saudade que te sufoca e o deixa em prantos, eu estou em carne e osso também, bem próximo a você. Talvez você saiba quem é... E brevemente você terá certeza!”.

Mas mesmo assim, ainda sinto saudades...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Uma fantasia ousada

Oito horas da noite numa quarta feira calorosa, isso no ano de dois mil e dois. Eu e uma certa Ex-namorada estávamos sentados num banquinho sem vergonha, que não era nada confortável.Dava apenas pra três pessoas. Ele ficava debaixo da árvore em frente ao nosso portão. E essa árvore fazia uma certa sombra, que era um tanto sugestiva para o momento.
A rua onde morávamos era sem saída, só havia um lado para entrar nela e no fim dessa ruela, ficava a nossa calçada.
E lá sentados ficamos por alguns minutos...
Quando ela pra quebrar o silêncio, disse:
– Amor, quero chupar!
Eu:
– Quê! Nossa hein, você está me saindo uma verdadeira safadinha. – Dizia isso com certa maldade.
Ainda bem que era tudo escuro ali, víamos todo mundo que passava, mas ninguém nos via. Então eu permitia a vontade dela.
– Vai, cai de boca!
Ela caía cheia de vontade, sugando tão forte que eu passava mal de tanto prazer, chegando até apertar as pernas de tesão. E com o passar do tempo, ela foi se tornando uma profissional nisso. Parecia uma vagabunda experiente, ia até o fim, colocando de maneira silenciosa a criança todinha na garganta. E depois fazia um pompoar dos deuses, que tradicionalmente era feito com a vulva, mas que nesse momento ela se arriscava com os lábios – um trabalho voraz de sugar, apertar e expulsar.
Logo depois ao levantar a cabeça e limpar a boca que estava estupidamente banhada a mel, de um jeito como se tivesse meditado longamente para me dizer o que pretendia, deitou a cabeça em meu ombro e soprou-me numa orelha:
– Olha, se quiser podemos fazer daquele jeito.
– Que jeito seria esse? – Surpreso eu perguntava.
– Vou te mostra qual é. – Ela completava.
Notei que a modulação de sua voz tinha alterado naquele momento, seus olhos cintilavam no sincronismo de um sorriso cheio de malícia, que despertava em mim a fera adormecida.
– Anda, vem comigo! – Ela.
– Sim, vamos! Eu respondia.
Nem imaginava que era a casa do vizinho onde ela gostaria de fazer gostoso comigo. Isso muito me agradou, mas não pude deixar de lembrar o fato desfavorável de que a porta e as janelas se encontravam acesas, meio que espreitando o que se passava em sua volta. Mas se tratava da casa debaixo, não a casa de cima, que era a do proprietário dos imóveis daquela área. Essa casa debaixo estava vazia e literalmente no escuro.
Receava um pouco aquela maluquice, mas também não podia deixar de dizer que mesmo assim para os meus sentidos, executar uma fantasia na iminência de ser pego, me dava um tesão da porra. Era uma das loucuras amorosas que eu mais gostava – correr o risco.
Invadimos o tal recinto e tomamos como base aquele velho tanque que convivia no frio de um canto escuro: ele presenciou o gemido de uma ousada fantasia.

Até a eternidade

“Há tempos não pertenço a esta existência – saí à francesa: um finado prematuro – sou”.

Três mil metros de altura: um penhasco...
É o que separa um corpo da eternidade presente aos olhos.
De braços abertos num olhar úmido – pensamentos soltos; dispersos...
E um coração cansado de sofrer na escuridão de um peito amargo.
Lentamente fecham-se as janelas d’alma, ao passo da queda...
Externando uma lágrima – perdida ela fica – no vazio do espaço.
Antemão desfalecido o corpo, ele cai...
E a descida se torna longa e carregada de pensamentos que viajarão existências.
Uma saudade do que parecia ser amor, mas que não foi...
Dentro de tudo que houve; do que não foi nada...
Além dos nadas que não havia.
Nada, de fato houve: fora apenas uma reles história conotativa...
Da ilusão sensorial imitando a vida.
Eis abortado ao chão...
E até lá...

Além da carne

Descobri que não era a presença física dela, que eu efetivamente sentia falta, mas sim a figura essencial que se fazia presente aos meus olhos em todos aqueles momentos compartilhados, como também o sabor de seus beijos, os toques de suas mãos e a beleza de uma voz naturalmente suave, que se mostrava aos sentidos em tons de veludo, marcando para sempre minha vida.
Eu a amava, não somente pelo que ela era pra mim, mas também por tudo aquilo que eu fui estando a seu lado. Hoje não nego a falta que sinto dela, uma saudade bem diferente das outras. Sei que ainda continuarei sentindo, enquanto vida tiver para sobreviver.
Nada (absolutamente, nada), vai apagar o que provei - uma lembrança forte, bela e suave...Afixada de tal forma na alma para ser eternamente lembrada.
...Curtimos um semestre inteiro com muito mais amor e desejo, do que muitos casais que viveram uma vida juntos. Fora tão intenso que marcou feito tatuagem na pele...

Ainda sigo te amando...

Amar

“Já vi a face reluzente do amor. Provei o mel da fonte que concebe o mais puro néctar das flores, mas tive o fel como o efeito de um pólen desprovido de olor. O amor é uma flor belíssima feito tulipas e orquídeas do campo, que são dotadas de um encantamento fascinante como a Vênus - que se mostra em beleza incomparável, perante seus reles mortais admiradores”.
Amar não é um definho quando se perde alguém, mas o respeito no entendimento de que ela (e) se foi porque nunca fora sua (seu).
Incondicional é o mesmo sentimento, quando não mais em alguns abraços - dar asas ao bem querer, para voar em qualquer lugar que deseja estar.
Tão essencial é o amor, um estado de espírito puro, leve e solidário: “Te quero bem assim – para sempre, seja onde for, mesmo que em outros lábios estejas”. Em sua plena essência nos tornamos muitas vezes amantes surreais. Sentir essa sensação de amor-eterno e ter o sentidos aguçados – está pra todos, assim como a vida. Porém somente os mais puros e evoluídos corações conseguem provar dessa maravilhosa sensação concebida por Deus – nosso senhor. Amar é o sentido da vida...
Ponha amor em tudo que faz, e receba amor de tudo que fez. Sem amor não somos nada!

Aos meus olhos

Que os meus olhos em silêncio...
Digam as mais belas frases de amor.
Em face de ti, que agora me vem como o vento...
Tímida, tão bela assopra o canto dos deuses cardeais.
Ao passo de beijar-me a pele tão suave; tão leve...
Que ao meu olhar, eu possa chegar até sua alma.
E aconchegar-me em seu coração...
Feito pássaros divinais...
Que se deitam docemente ao ninho em canção
E sobre os mares, deitar-me lânguido de prazer e alegria...
Para saciar-me o encanto de vê-la se pôr ao horizonte
Que seja intenso e lindo, ao passo que instigue os sentidos.
Tal que estejam plenos em nós.
Que seja assim, um sonho sem fim.
E até...Aos caprichos do mar, se entregar.

Mix Bela

Tão linda era ela...Tão bela.
Vencido fui pelo fascínio.
Minha lembrança eterna.
Mix bela...Amor exímio.

Externa beleza me farta o íntimo.
Interna sensação de amor.
Mas não, fora paixão.
Demasiada volúpia, torpor...Langor na dor.

Envolvente fui...Eu a seduzi – pensara.
Do enfeite, doce afinação era o nosso amor.
Profundo e intenso...Lindo infinito.
Findar de tudo – eu – fui o persuadido.

Do Amor...

O amor é tudo que sou; tudo que sei fazer.
Provim de lá – Do amor...
Eu nasci...E pra lá, voltar-me-ei.
Eu sou amor...Sou desejo e prazer.

De volta ao oásis estarei
Para adormecer nos braços da essência.
Eu como Eros e você... Afrodite
Ou quem sabe talvez, minha psique...

Uma parte de mim é mistério.
Outra... Desejo, e...Outras tantas...
Amor...

Do amor efetivamente fui concebido
Com ardor...Em atos envoltos de olor.
Em cantos de dor.
Eu sou todo amor...

Eu queria...

Mais que o reluzir dos seus olhos eu queria.
Para de você intimamente poder lembrar
Queria um afago, um forte abraço.
Afim de aquecer-me nessa noite longa e fria.

E em ventos “sulenses” que passam por mim
Não sinto meus sentidos – longe daqui.
Tal é o desejo maior que me envolve o íntimo

E uma palavra antecedente a um beijo, queria ler.
Como a química de compor – queria ter versos de amor.
E da mais bela flor um ramalhete de cor.
Queria ver você em mim...Enfim, só pra mim.

Pecado Original

Mordiscados lábios de lado
Frente ao alheio
Explicitam intenções e aos rostos evidenciam
Entreabertos labiais

Já ereto se põe o médio paralelo ao indicador
Entram rígidos além molhados...
Nos lóbulos salivados como mel...

A eles dão brilho melado
Que ao fim quase garganta
Em prazer se desfaz no linguado apertado
Externo abortado se faz

Para de modo já imergir
Em Monte de Vênus e cair
E de lado ficar ao vento, hasteado

Qual se fosse mastro latejante e impávido
Sob ato pudico até o fim se vão...
Nas ondulações profundas como lados iguais
Que comprimem todo o pecado

Feito boca que aperta até a goela vazar
Tão repente impulsivo...
Sobre o labiado superior brinca...

Doce retorno à fenda que principia
Tal orifício “vulvaLAR”
Dedilhando inferior em sincronia
Com o encanto intra...

Suaves bochechas lisas
Lisura, língua, labíl, labiosa...
A Libido.

O sentir que eu ainda não sei

Não sei sentir – ainda – tudo e de todas as maneiras.
Bem como viver tudo; de todos os lados.
A mesma pessoa ser em todos os modos.
Realizando em si toda a humanidade...

Com solidariedade em todos os momentos.
Momentos de amores; sabores tão doces.
Num só momento difuso, profuso...
Completo e longínquo.

Você não está aqui.
Mas mesmo ausente...
Um dia aprenderei a sentir.

Incitação

À meia noite; à meia luz...
Fazer amor a todo vapor
Fazer gostoso, do jeito que for
Vem pra mim, vem sim...

Beija aqui, de um jeito assim...
Num ósculo gostoso, sobre o corpo meloso
Em perfeito amplexo, beijo convexo

Desejo insano, realizado no encanto
Doce canto seu, como sereia aos meus pés
Debaixo dos lençóis de seda dei-me a missão
E a ti todo o tesão.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Braços abertos à espera...

Lembro-me como se fosse hoje, eu sentado naquela areia macia da praia – à sua espera, morrendo de saudades. Uma saudade que invadia o peito e apertava como se fossem abraços de quem se despedia por uns tempos...
Esperava-te...
O dia dava o ar da graça tão suave e sugestivo, que de clima morno revestia minhas intenções de tal maneira a embriagar-me de vontade...Como eu a queria naquele momento tão perto de mim.
Deixava minha imaginação fluir solitária, sem esperanças de partilhar o desejo que me vinha como uma “presença de Anita” – que no meu caso seria presença de Eros.
Ela fluía...
E ao passo dela...Eu me colocava de pé, com os braços abertos formando um ângulo de cento e oitenta graus, como se fosse envolver o mar em meu corpo. Em seguida, permitia ao vento que me soprava as maçãs do rosto, trazer o teu perfume que era preferido pelo beija-flor.
Quando...
Entreabertos mantive os olhos e pude sentir sua presença em olor. E na mente a passar a lembrança de seus cabelos soltos – eles dançavam dispersos quando você corria em minha direção.
Que maravilha! – eu pensava. Era tudo muito bom: os raios de sol; o assopro dos ventos e o som das ondas nos balanços dos mares, que teimavam beijar-me os pés.
Fantástico! É como se flutuasse...Eu posso sentir! – Pensava comigo.
Era perfeito o amor. Os toques foram muito mais que simples toques.
E disso tudo eu aprendi...
A dizer te amo, quando tiver a certeza íntima de ser amor. E, tão logo me despedia dos mares, voando com emoção.
Hoje eu sei que te amo mais que ontem. Mas para onde fora meu amor?
Longe em algum lugar, tocava: “... não olhe pra trás, apenas começamos...”.
...O amor é como a filosofia, não se estuda – vive-se! Eu aprendi amando até doer...

Atentado ao “Cudor”

Éramos um casal engenhoso, fazíamos sempre diferente... Sempre havia algo de novo e insano, no mais ousado. Eu não podia reclamar das fantasias dela, isso porque me enchia de muito prazer, visto como safadamente usava de seus atributos erógenos.
Certa vez a peguei de modo que fizera dar o rosto à parede – ficava ladeado.
Nossa! Eu achava aquilo delicioso demais, pois judiava à minha maneira, ali impávido e taludo comprimindo meu sexo nas profundezas – “a claridade ilumina as trevas e ela não a compreende”. Também não podia deixar de dizer que ela mantinha os braços para o alto, cravando os dedos naquela imensidão de parede, qual se fosse escalá-la – Era um tesão filho-puta...E ela dizia enfraquecida: - acho que vou morrer.
O espírito dela parecia sair pela boca. Em cada ida eu a comprimia mais ao canto, currando de tal maneira que seu rosto já lânguido deixava mostrar um misto de prazer e dor. Num suor torrencial, ela gemia bem baixinho: - Ai amor, ai...Eu adorava ouvir seus sussurros de aflição. Já de um modo estúpido enchia meus dedos naqueles longos fios de cabelos, os puxando vigorosamente pra trás, e numa dessas puxadas...
– Isso, vai! – Ela pedia pra acentuar a força.
Com a mão direita eu segurava em um dos seus seios. Ela ficava louquinha. E continuava a “curra-lá...”.
– Ai, seu cretino F...Pára! – Gritava.
E quanto mais ouvia dizer “pára”, mais fundo eu atingia.
Sexo ou travessuras ? – Perguntava sequioso.
A safada respondia:
– Os dois – Sexo com travessuras!
Fora apenas algumas preliminares dentre as várias possíveis...

Femme Fatale

No findar de uma tarde tépida, caía o sol nos mares de Poseidon.A maresia era tão suave que beijava em silêncio a face de um homem, remetendo a mais gostosa saudade - esta, que relembrava momentos incitantes de um amor que ficará eternamente subjugado à alma...
E dizendo baixinho pra si mesmo, ele: – Aquela beleza natural que se fazia presente aos meus olhos, enchia-me de tantas emoções a cada gesto...
Ela foi pra ele ambígua e dissimulada nas frases, sempre as subentendendo. Um joguinho safado que parecia não ter fim – isso pra ele – mas, não duraria pra sempre.
Também a seduziu, proporcionando a ilusão perfeita de um desejo: “domou a mente e depois ganhou o corpo”.
Enquanto sentia o vento soprar as conchas de seus ouvidos, fechava os olhos para ver em mente feito reprise as palavras que soavam dos lábios dela, tudo o que vinha... Era:
– Queria jogar uma das pernas em você. – Dizia ela.
Ele maliciosamente com um leve sorriso:
– Ao invés de jogar as pernas, porque não o corpo todo?
– Você me instiga os sentidos meu amor, és o encaixe perfeito pra mim. – Respondendo com aquela cara de safada que só ela sabia fazer, mas que em suma excitava muito só de ver.
E completando, ele:
– E você a medida exata para os meus prazeres ardilosos.
Após a conversa lascisa, as mãos percorreram soltas na silhueta dela, exímias eram na arte de envolver cada limite daquele corpo, que naquele momento ainda o pertencia.Foram muitos os delírios, suspiros e sussurros que ao fim, não houve se quer um fio deitado.
Aos poucos desnudava os olhos, ao passo de perceber que não se passava de lembranças, apenas...
...Uma lágrima cadente se perdia naquela imensidão de mar...

Desvirginado prazer avermelhado

Toda sinuosa...Vinde a mim em dança do ventre! Sois que de finos passos disciplinados, fazem de mim fiel escravo dos seus desejos – um servo leviano do prazer que emana de ti. Oh! Libertina inspiração...
Gozar-te-ei em prantos ardentes ao ver-te jogada aos meus pés. Eis, que a espero prontamente em pose de ataque, para tão logo, invadir terreno selvagem e quedar meu peso no teu corpo – meu. E o júbilo incessante que preenche meus dedos, a dominar teu sexo: do alto penteado ao rosáceo pedúnculo – Aí consiste todo o meu pecado.

Vai-se a pureza dantes revelada duma alma pura e livre dos prazeres mundanos. Fora na ventura um delíquio louco que fizera manchar a inocência de uma flor. Ria-se o coração na boca – toda, assim como a mesma alma, ia-se completamente perdida em lábios sacanas.
Para sempre marcara a brasão uma ninfa...Era uma mordida na ruela que paralelamente convivia na esquina...Entre pernas.

Para sempre em mim

Eu lembrava...

Agraciava com suave enlevo a ampla paisagem que os meus olhos vislumbravam.Eles retratavam com exatidão – fielmente – a face mais intensa, profunda e avassaladora de uma paixão.
Foram bons momentos; a permuta íntima – mútua, que se deu num semestre inteiro com mais amor e prazer do que muitos casais ao longo de uma existência.
Agora o vento que passa por mim, ao beijar-me a pele bronzeada, revela-me a saudade mais gostosa...Saudade de um rosto lindo; de um olhar esverdeado e de curvas perfeitamente definidas.Tentei conter-me ante as lembranças de um passado vivo. Mas era mais forte que a minha vontade de não reprisá-las - julgo impossível! Não conseguia deixar de elevar o pensamento nela.A única que conseguiu até então existir dentro de mim.
Hoje externo com clareza e lisura: Jamais provarei os calores; os pores do sol sem ao menos lembrar de cada detalhe. Foi tudo muito lúdico. Os melhores dias dentre os quais já provara e que provavelmente não mais terei nesta vida.
Tão lindo foi aquele amor profundo, intenso e lascivo que me enchia de emoção cada vez que via seu rosto estampado na memória, como um longa-metragem de amor essencial.
Sabe, se algum dia lá...Lá em cima alguém me perguntar de quem mais gostei...
...Certamente direi:
– Foi DELA!

Saudade ao vento

A paisagem que passava rápida fugia aos meus olhos.O vento no rosto era bom e refrescava a pele, me conduzindo a certas lembranças - pensamentos que vinham com o assopro dos quatro mares. A tarde era bela, leve e de céu aberto fronte ao mar. Em pleno trajeto sobre duas rodas eu não resistir à beleza daquele paraíso infinito, que seduzia ao fazer-me lembrar dela.Logo parei, e no acostamento rente à beira do pequeno gramado que fazia a divisa da estrada aberta e a fina areia macia, deixei inerte minha Harley Davidison descansando sob o sol que fazia lembrar... Caminhei em direção as ondas, entregando-me aos caprichos do mar - o respirar era sincrônico com os movimentos delas, que brancas feito algodão beijavam beira-mar...Elas iam e vinham, exalando sons que acariciavam todo o íntimo, amaciando sedutoramente meu corpo interno. Imergido nesse tépido crepúsculo; num misto de prazer, fantasias e memórias de um dia que ficou... Dela eu lembrava com amor e saudade.
Eu amei...
E acreditava numa realidade ordenada que só os meus olhos podiam ver.Tamanha era a beleza de toda aquela cena visual que me abracei essencialmente em silêncio.
Enquanto no meu radinho, tocava: “... Lembra quando a gente chegou um dia acreditar... Que tudo era pra sempre... Sem saber... Que o pra sempre... Sempre acaba...’”.
E ao som da Legião, seguia...
O que eu busco está além da superfície; além do horizonte...
Suavizado ao vento - o rosto.Eu chorei...
...Vou morrer de saudades!

Por que loiras são louras

Óbvias oxigenadas...São seres de inteligência exótica.
Eu disse inteligência? Quiçá!
Amarelas, pálidas peruas. Quando pintadas, o vermelho nos pés denuncia – Cheguei!
Elas estudam com passos irregulares o chão que pisam, quão fosse desfilar em passarela – Convencidas!
Ah! Seu cerebelo é símio, dotado de dois - únicos - neurônios “faquis”, e de um fio oxigenado que – dentro da cabeça oca – vai de uma orelha a outra as sustentando. E se cortado - o fio? – Eu te pergunto.
O cinema anuncia: Atenção, atenção... Romeo And Juliet em cartaz!
E lá está uma loira na fila:
– Boa tarde! Duas entradas, por favor.
Responde a atendente – Boa tarde, Senhora!
E completando – Entradas para Romeo e Julieta?
A loira inocentemente, disse: - Não, não...È pra mim e pro meu namorado.

Sexo Passional

A mão puxava cuidadosamente aqueles cabelos soltos – dela.
Compridos, eram belos castanhos.
Tinha uma pele da cor do pecado - tez dourada
Sobre o efeito sensual de seu maestro, o pescoço se fazia inclinar.
Numa posição que convidava qualquer espectador a consumir toda extensão delimitada
A passear a boca e deslizar a língua até calar o corpo nos braços
Atiçando desejos e corações, elevando pelo ares em tanta tentação.
A pequena haste é a ponta da língua sacana
Sobe e desce feito criança
Em sensações com prazer
E comprazer em alegria
...De corpo e alma.
Ao passo de curvatura corpórea pra trás
Meio caminho a perdição
O macho a domina em braços com toques suaves
Sua fêmea languida
Uma boca feminina entreaberta para o ar
Ecoam sons que vem de dentro – já suados
Gritos íntimo, vontade de sair e voar...Quiçá gozar
Ser possuída subitamente
E o calor saindo de entranhas quentes da rotina da pele
Que arrepia sem cessar
Dos poros, das entranhas...Vulva saltitante
Lateja com força feito pulsar de veias cefálicas
Ah! É duma beleza lisa e quando podada melhor ainda
Contornada e levemente aveludada ela fica
Sensacional!

O Pervertido

Admiráveis eram as pernas daquela guria de nome Emanuelle. O pecado fora feliz ao concebê-las bem torneadas; livres de marcas e manchas. Toda brilhosa e lisa que despertava os desejos pecaminosos de qualquer homem que as visse. Entre alguns vestidinhos, sejam eles longos, ciganos ou mais curtos, em passos seu corpo se fazia esculpir por suas vestimentas que davam certo valor ao conjunto. E envolvido por um suave vento que vinha do sul – ligeiramente frio – balançava suas sedas de modo a explicitar os belos dotes daquela silhueta maravilhosamente definida. Dava calor de ver; dava apetite de...Ah! Era um digno banquete dos deuses.
Emanuelle era casada com um jovem Kadet da força aérea brasileira. Rapaz pacato e de porte físico mediano. Seu nome era Enzo. Tinha uma pele castigada pelo sol – julgo moreno jambo. Seus olhos eram o verde oceano, que em contraste a sua cor, mostravam uma beleza estonteante aos olhares alheios que espreitavam cobiçosos. Ele tinha o costume de chegar em casa por volta de uma e meia da madrugada, mas nesse dia fora diferente.
Resolvera então fazer uma surpresa a sua amada amante, que repousava em silêncio no seu ninho de amor. Ao entrar em casa, tirou a roupa num impulso animal, indo ao encontro de seu quarto – lá estava ela, feito um anjo caído...Mas toda aberta sem pudores e sem maldade – era tudo que ele queria. As mãos coçavam naquele momento, e uma delas...
...Dos pés, subia num compasso lento, que logo mais se limitava ao joelho – além, não.
Repentinamente descia vagarosa até certa parte, mas ao meio mudava completamente o destino – já estava nas vias da virilha.(...) Ela acordou sentindo arrepios, e uma forte necessidade de ser consumida. Continue, amor. - Ela pedia com ardor. E prosseguindo em sua fantástica aventura sobre cada passo...Ou melhor, sobre cada dedilhada, incitava a mulher que existia nela, explorando os mistérios que sua alma erótica ocultava: ria-se o gozo adentro daquele corpo.(...) Descia a mão...E por um instante sumia dos contornos íntimos, que para ela remetia a fim de travessura pervertida.Dobrava-se – toda – extremamente excitada. Mas não imaginava que o melhor ainda estava por vir.A mesma mão retornava de solavanco, só que dessa vez furiosa, agressiva e selvagem sobre a renda que vestia com carinho a deusa clitóris – de lado o tampa-sexo fora desprezado brutalmente.
De lado ela ficava para que dois dedos inclinados pudessem ganhar o fundo, as ondulações profundas.

Vulgare

Meio Lolita, era seu jeito de ser...Suavemente Anita – pele, rosto e ardor...
Ser mulher, ora menina...
De palavras dúbias...
Ditas, elas acompanhavam o despertar maroto dum sorriso...
Revestindo intenções passionais de grandes possibilidades...
Despia-se sem pudores das sedas em alto-relevo, que davam cores ao corpo angelical e divinamente esculturado. De alma leve e perenal, se desfazia estirada na cama qual se fosse borboleta em flores. Lânguidos braços abertos à espera...Ah! À espera d’algum ato pudico.
Era todo torpor...

Eu estava louco naquele dia; louco no sentido conotativo é claro.O tesão era imenso, eu até diria “galáctico” – da porra vice. Era das galáxias mesmo. Senti por ela, o que jamais sentira com as outras – como o próprio termo já diz: “outras” são as outras. Posso até dividir minha vida amorosa em duas fases, pré-ela e pós-ela até então. Que maravilha! – eu pensava, isso olhando pra Íris. Meu olhar era tão penetrante que ela retribuía-me na mesma intensidade, só que um detalhe, eu não esperava um repente dela sobre meu colo, de modo que pude receber sua pronta colaboração. Tomei de partida toda a extremidade lisa do seu pescoço que ficava noventa graus pra trás, estava tão inclinada que não via mais os lábios e sim, os seios fartos que Íris me ofertava, e tão afoito fui, que num súbito ato selvagem, rasguei todo o decote dela e em seguida caí de boca “matando”.
– Nossa! Seu cretino, safado. Assim que eu gosto, vai! – ela gritava louca de prazer.
E, eu me comprazia ao ver toda aquela cena vulgar, sabe. Logo me pus de pé, mesmo com ela em chave-de-cintura. Minhas mãos impávidas seguravam cada uma de suas polpas as mantendo fiéis sobre o galho, como se fosse um mastro hasteando uma bandeira.
Aos gozos da volúpia – ela:
– Ahr! Assim você acaba comigo. – Dizia em tom baixo, já cansada da surra.
– Cala-te a boca e me beija, safada!
– Sim! Eu faço tudo que você mandar.
– Agora desce! – Eu exclamava.
Ela descia...Desceu irrefletidamente com muito gosto que, já ajoelhada aos meus pés, não era mais algumas palavras sacanas que preenchiam seus lábios molhados e sim um certo volume acrescido. Só dava ela. Desejosa, colocava toda sua alma na ponta...Tão habilidosa na arte que pude sentir no fundo tocar – suas cordas vocais. Fora uma estocada sensacional, injetando todo o meu prazer além-garganta...

Semi-virgem

Uma clava umedecida e inclinada ao pecado de uma fenda demasiadamente suada - ela enlouquece em sensações. E o sumo lubrificante que escorre sobre a glande, reveste a impávida haste num impulso voluptuoso e avassalador.
Vai-se um indicador paralelo ao médio, e os anéis de saturno lhe contarão boas histórias...
As mãos sedentas daquele corpo esculturado, dedilhavam dispersas no ar – sem cessar – loucas pelo prazer meloso. Ele másculo ereto ficava a três passos de toda felicidade. De sua origem ao seu destino, apenas a entrada duma saleta de estar o separava de seu fim sobre aquela mesa habitante na copa vermelha e, sobre a mesma superfície residia o seu objeto de ventura – ela, toda aberta.
Fora apenas alguns segundos para consumar sua invasão...Numa súbita sede, ele corre excitado e sequioso.Sua única intenção é invadir e minar território alheio, para enfim, arrancar gemidos compulsivos e delirantes.
Uma posição em borboleta sobre um plano alto, é mais que 90 graus em abertura.Toda sinuosa e molhada ela se mostra insana.
Ohr! E lá se vai...A metade que pertencia aos lábios inferiores.
Era uma vez... Um hímen que se perdeu no vermelho prazer da dor, mas mesmo assim o monte de Vênus agradecia... A generosidade!

Casual

Duas e meia da tarde de setembro.O céu estava aberto, porém alaranjado de um calor que era tépido. Pegava minha composição – metrô – em Pavuna com destino a Botafogo, carregando comigo apenas uma simples pasta social (nada mais). Minhas vestimentas eram leves; bem soltas tipo à moda cigana – uma bata no tom de palha; tecido fino com detalhes em alto relevo e aberta ao peito, que fazia par com um jeans levemente esverdeado. Sempre gostei desse estilo solto, bem à vontade e acompanhado de um corte de cabelo militar, e um perfume suave...Que naquele momento era um Malbec.Esse era o meu destino de segunda a sábado. Uma rotina maçante e automática de sempre: ir e vir de Botafogo. Demandava aproximadamente uns trinta e cinco minutos para chegar à zona de transferência, da linha um (sentido zona norte), para o sentido Zona Sul. Next stop Estácio/Rio cidade Nova, station – ouvia a composição gritar avisando que chegara a estação. Ao chegar na baldeação, parecia loucura toda aquela gente sendo expulsa pra fora, como eqüinos prematuros.
Os espaços dantes vazios da plataforma, em instantes ficavam inundados de corpos - era muito calor humano. A próxima composição chegava aos pés e todos ali antenados à espera do arreganhar de portas, para de um modo penetrar, invadir e estuprar o interior, no intuito de lograr algum assento.Nossa! Chegavam a esfolar a passagem (era como se fosse um cavalo rompendo uma égua). Eu nem me importava com toda aquela estupidez humana, fiquei de pé mesmo. Colocava-me ereto com postura ao centro, apenas mantendo uma das mãos no cilindro de apoio central. Só tinha eu e uma mulher até então.
Ela me olhava de maneira marota, maliciosa - dos pés a cabeça e fixava o olhar mais ainda no meu peitoral médio – magro. Eu sabia que ela estava afim, aquele olhar me dizia certas coisas, tipo: “ah! Como você é gostoso; como eu gostaria de te dar e se tua escrava por um dia inteiro”.Mas não era só isso, havia algo a mais de insano naqueles olhos.
A composição recebia mais estocadas volumosas, parecia não agüentar mais, mas era da vida como uma boa mucamba – seu ofício era receber todos os dias; todo tipo de cor, peso e tamanho, não importando se era um metro oitenta e cinco ou 20 centímetros - mas aceitava na boa, mesmo com a boca cheia. Em cada parada ainda mais o vagão se enchia – uma prenha de “miligêmeos”. Essa mulher que me fazia companhia ali no centro do carro mantinha uma certa distância de mim, coisa de meio metro, mas aos poucos aproveitando o entra e sai de pessoas aproximava-se sutilmente... E se aproximava (...) Não vou negar, era uma baixinha relativamente bem distribuída - pele clara, cabelos curtos e castanhos, gostosinha sem dúvidas. (...) Se aproximou de tal forma que se colocava na minha frente coleante e sem preconceito. Sua bunda era macia e bem desenhada, se encaixava perfeitamente no volume que crescia forte, hasteado e poderoso. Eu podia sentir o movimento gostoso mesmo não intencionando o ato... Ela pressionava as polpas aproveitando o balanço do trem. Que belas ancas! – Eu pensando comigo. E mais ainda ela comprima sobre o meu precioso que já estremecido, ficava demais insano, duro e louco para castigar o orifício mais profundo sem dó, tampouco permissão.
O espaço já estava super lotado e o ar, era insuficiente para refrescar a todos ali – se tornava rarefeito. Suando muito e ainda extremamente excitado, ela me deixava louco naquela teimosia em esmagar as nádegas no meu mastro dos Deuses. Que loucura! Eu já não agüentava mais, queria agarrar aquela mulher; queria abusar dela como quem maltrata e esculacha.Vontade de batê-la; chamá-la de cachorra, safada. Mas tive que conter minha fera intima, mais a fome animal de querer consumi-la por uns instantes ali mesmo - de pé.
Até o fim - ele, o moleque endiabrado foi grudado na divisória que instigava a sua brincadeira mais deliciosa. A divisa era fina mas o que nos separava realmente do intento definido e realizado sobre um plano, era tão somente a ocasião. Ele...Apenas sentiu o prazer de sarrar, ficando um passo da felicidade...