sábado, 16 de janeiro de 2010

A Evangélica

Era uma loira bonita e inteligente; tinha um metro e sessenta e quatro de altura e pesava sessenta e cinco quilos – uma mulher de trinta e dois anos, na fase do auge feminino. Eu costumo dizer que esse é o período onde se tornam mais sedutoras; charmosas, ou melhor, apuradas. E isso tudo, quando somado a uma inteligência refinada, se torna algo fatal – femme fatale. Sabem exatamente como... E, o que fazer. É o perfil que cabe perfeitamente nos meus propósitos, sejam eles sacanas ou não. Ela tinha uma pele macia e livre dos sinais de expressão; também não havia manchas. Parecia ter o rosto de uma boneca. Suas orelhas possuíam contornos que pareciam com os de uma concha. Seus lábios eram como pétalas de rosas; uma rosa na cor salmão, ou pêssego – eu diria. Os cabelos eram longos e tinham uma textura bela; um loiro mel (que não era artificial). Soltos no ar, eles eram soprados levemente pelos ventos que passavam naquele instante, de modo que me fazia pensar, conduzindo-me a certas sensações e desejos. Lorena era o nome dessa mulher, cujos atributos físicos em nada deixavam a desejar. Eu podia notar as formas bem definidas, só pelos contornos de suas vestimentas. Foi à primeira vez que saí com uma evangélica. Não fazia o meu estilo, mas até que gostei da situação. Eu não queria compromisso, apenas uma noite; fazer o que tinha de ser feito e nada mais. Então marcamos um dia para conversarmos um pouco. O lugar onde nos encontramos, era deslumbrante. Uma das praias mais lindas do Rio de Janeiro – o Arpoador. Ficamos bem próximos ao grande destaque daquela praia – A Pedra -, que todos consideravam ser o charme daquele lugar. Sentados num daqueles banquinhos, iniciávamos a nossa conversa, falando sobre as coisas do amor; sobre sexo e alma. E de vento em polpa, íamos evoluindo no assunto e mudando a trajetória de nossas intenções – ela em namorar, e, eu...apenas ”ficar”. Estava tão delicioso ali; o tempo; o cheiro do mar, em especial nós dois. Eu estava tão empolgado com o que dizia, que não pude perceber o quanto ela se aproximava de mim, mas percebia como olhava fixamente para os meus lábios. Quando virei-me – ainda falando -, ela num movimento ligeiro tomava a minha boca com um beijo lasciso. Tal era a pressão, e, a intensidade desse beijo, que imaginei o poder daquela boca noutro lugar. Cheguei a dizer: - Nossa! Se beija tão apertado assim, imagine isso em outra coisa... Deve ser tudo de bom. E completando, finalizava dizendo: - Sabia que o beijo diz muito sobre uma pessoa? E o teu me revela a mulher que há em ti; sei perfeitamente o que me espera, Lorena. Ela apenas sorria; um sorriso diferente – já meio safado, que emitia os sinais que eu esperava, para que pudesse agir à minha maneira. Após algumas palavras, levantamos do banco e demos outro destino a nossa conversa. Um lugar mais confortável, onde pudéssemos ficar mais à vontade. Fomos para o Suíte Vip’s. Lá colocamos pra fora todas as nossas fantasias. No subir das escadas, de surpresa a peguei por trás, segurando-a pela cintura até encostá-la naquilo que a faria feliz por uma noite, de um jeito que fizera esboçar algumas palavras:
– Nossa! Como você é violento...
Mas dizia isso com certo sorriso de lado, o que tudo indicava que ela condescendia com a minha atitude. No fundo eu sabia que se tratava de uma safadinha, mesmo sendo evangélica. Quando chegamos na entrada do quarto, tive outro impulso pervertido. A empurrei contra porta – ainda fechada –, tomando seu pescoço em beijos alucinantes e mordidas ao pé da orelha. Ela ficava louquinha, gemendo e soluçando de prazer. Então dizia:
– Que isso, meu Deus?! Mais um pouco eu gozo aqui mesmo.
Era tanto prazer que sentia naquelas iniciais, que dava o entender de quem não fazia aquilo há tempos. Ela estava de vestido longo, que por sinal era lindo e combinava perfeitamente com o seu corpo. E continuando a investir ferozmente, levantei o vestido e enfiei dois dedos para que pudesse colocar a calcinha de lado. Logo afrouxei meu cinto também, e soltei minha calça, colocando tudo pra fora...Até que adentrei aquele corpo quente e apertado.
– Ai! Assim você acaba comigo. Meu Deus! – Ela deixava no ar essa frase, mas de um jeito lento e suado, quase morrendo; ou quase um desmaio. De tanto citar Deus nos gemidos que fazia, eu cheguei a imaginar: ela vai pedir para que eu a abençoe ricamente [Vai... abençoa! Vai...!]. Abençoei... E continuei a minha missão; colocava tudo com força lá no fundo, até que o plexo encostasse em seus glúteos. Fiquei nesse ir e vir por mais ou menos vinte minutos. E quando saí do estreito caminho, a PALAVRA ainda pulsava forte. Percebendo que não o tinha mais por dentro, ela se ajoelhou, pois ainda queria “A palavra”. Mas dessa vez na boca; entre lábios. Ela sentiu a forte projeção da minha alma no céu da boca.
– Oh, delícia! Que seja feita a vossa vontade, meu senhor! Ela se referia a mim dessa maneira, como se fora o senhor de seus pecados. Terminamos por ali mesmo nossas preliminares.
– Entre! Eu dizia, após abrir a porta da suíte.
– Sim. Vamos...Realmente precisamos entrar. Quero jogar uma água no corpo e conversar um pouco mais contigo.
– Claro! Teremos um bom tempo pra isso. Eu respondia.
Então adentramos o interior daquele quarto...
Ela fora direto para o banho e eu fiquei a esperar na cama. Não demorou muito por lá... Tão-logo já estávamos juntos sobre aquele colchão, estirados e despidos. Voltamos a conversar. E ela me perguntava:
– Então você seduz mulheres e depois se aproveita das fraquezas femininas, é isso? Como se primeiro ganhasse a alma para depois o corpo.
– Não é de mim se aproveitar de uma mulher. Eu apenas dou prazer a elas. – Respondia olhando em seus olhos, ao mesmo tempo em que tão suave dedilhava suas curvas. Corria meus dedos por toda aquela extensão de corpo delgado. E ela sentia os arrepios tomar-te o corpo, de um jeito que não sobrava um só fio deitado. Vi a textura imediata do prazer naquele momento. E continuava a dizer...
– Existem mulheres de finos traços; com uma certa textura de cabelo...E uma curva nas orelhas que se assemelham as de uma concha. Essas mulheres têm dedos com a mesma sensibilidade que suas pernas. As pontas dos dedos são como os pés...E quando tocadas as dobras de seus dedos, é como se passasse às mãos pelos joelhos delas. E na parte superior as dobras dos dedos...é o mesmo que acariciar as coxas. E por fim, o toque na palma da mão...é o ato consumado.
Lorena ouvia isso com muita atenção, e ao mesmo tempo impressionada com as sensações que tinha ao ouvi-las.
Depois dessas palavras, voltamos a fazer amor gostoso. Foi tão bom pra ela , que tenho certeza que ficou marcado para sempre. Ela nunca mais esquecerá que passei por ali...naquele corpo.

4 comentários:

  1. É um coquetel de sensações com um resultado que mistura
    a realidade e a fantasia de tal jeito que quando se da conta vc ja se envolveu no texto.Maravilha!

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  2. Nossa, que texto foda *-*
    achei mto mto mto envolvente.. parabens,
    adorei mesmo!

    visita ?
    http://nadaaverpontocom.blogspot.com/2010/01/chapeuzinho-vermelho-virou-manchete.html

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  3. Wolvie,

    Se fez isso tudo com uma evagélica, imagina se encontrasse uma bruxa pela frente......
    hehehehehehe
    beijos rubros

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  4. Ter um titulo não significa força, é apenas um titulo, toda mulher gosta que descubram seus desejos e se entregar.

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