sábado, 16 de maio de 2009

Erótica Divina

Numa tarde morna de ventos suaves e bem vagarosos. O céu de extenso azul coral – quase límpido, denunciava tamanha beleza aos olhares. Apollo ainda dava o ar da graça, externando seus últimos suspiros de luzes ao se pôr – ele divinamente matizava com raios de carmim alguns pontos cardeais. Tuas mechas laranjas, ora meio avermelhadas, não estavam sós...Havia pequenos cirros solitários que o vento mui zeloso afinava, os deixando feito esboço facial de um Deus; por vezes parecendo Eros, outras...Zeus. Almas essenciais eram dotadas de uma ótica pura, que ao brincarem de descobrir desenhos em nuvens, acabavam por incitar certas saudades, que elas – lindas brancas e suspensas, pareciam mais algodões em cachos – remetiam a lembranças passadas, amores, quiçá. No azul celestial não moravam nimbos, estratos, tampouco cúmulos. Só existiam riscos finos, que ficavam suspensos e dispersos no aberto horizonte “zeusístico”. Sutilmente eram espalhados pelo ar divinal que aflorava em Vênus – ela assoprava sedutoramente...Até formar ventos Zéfiros. O clima tinha um tom especial; belo arpejo – cântico sensual...Canção bela, animalesca, aveludada e infinitamente perfumada – Olor de rosas brancas dos campos primaverais, tinha. Cupido encantava... Oh!Eros que emana o ardente desejo assimilado.Tal é a erótica corporal, a vontade de tocar a derme no ventre do amor e no almejo passional de possuir além corpo. E nos extremos caminhos de Afrodite, ir do sul ao norte, até umectar os lábios do mundo. O amor entre Eros e Psique desperta calor, langor no deleite que fascina e faz render-se a volúpia do prazer erotizado: vede e senti, vir à vida em parto normal sua cria Voluptas. A personificação grega do amor eleva aos ares, no escopo da alma – a energia que anima a carne tão magnânima e magistral. Cai a noite de Agni, sobre os mares de Poseidon e, é feito cama sob o luar de Ártemis, de modo a iluminar o amor entre os pólos oceânicos...

Foi um sonho de Morfheus que terminou em volúpia suprema, assim revelou-se a unidade que havia.

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